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" Aquém e além"

Embora goste de estar fora de Portugal, de conhecer coisas novas (e acreditem, gostava de poder conhecer mais ainda), só se fosse aluado é que não voltaria a viver em terras lusitanas. Aqui à dias tive uma conversa, bastante normal entre amigos, mas num tema em que entrámos em desacordo, Portugal. A ver deste meu amigo, qual era a lógica de voltar para o país? Nenhuma. Porquê? A falta de emprego continua, as coisas continuam caras... E sinceramente é isto que me irrita na maioria dos meus compatriotas. Desde quando, é que Portugal, economicamente falando, foi um país estável para se viver? Quase nunca, tirando os anos em que nos fizemos donos do que não era nosso, praticamente nunca! E é isto que me faz estar certo do seguinte, nós precisamos rapidamente de moedas de ouro nos bolsos porque há uma obsessão de geração em geração com o ganhar muito dinheiro, ridículo! Claro que ironias à parte eu sei que tem sido gerações e gerações a lutar contra a pobreza, à procura de uma vida estável e estou de acordo com essa luta, acho-a de louvar, mas estas pessoas que tomam rédeas e se lançam ao destino Europa e mundo fora, também elas sonham em voltar ao jardim plantado entre as serras e as dunas.
Os portugueses deviam lutar por estabilidade financeira com mais garra, mas também se deviam lembrar do bom que têm à sua volta, debaixo dos pés ou por cima da cabeça, num céu azul imenso onde brilha intensamente um sol tão nosso. O que me dá mais gozo de estar longe, é os dias em que volto a pisar a areia quente, a cheirar os aromas tão nossos, os comeres que não se encontram em mais lado nenhum, até um simples cigarro sabe de maneira diferente, não há como negar. Já houve quem o dissesse antes de mim e eu sublinho, há um encanto na forma como o tempo se move sem pressa nenhuma. Tudo o que nós temos, é por outros admirado e invejado, é tão difícil de perceber que fomos abençoados com este cantinho tão pequeno mas tão vasto? Eu expliquei então ao meu amigo, o que achava lógico, porquê trocar isto tudo por mais umas notas ao final do mês, é o dinheiro que me vai fazer feliz vida fora? Não, é a família humilde que se junta ao fim de semana para "almoçaradas" que se prolongam até às "jantaradas", ao lado de uma avó que cozinha os segredos da nossa cozinha simples mas farta, ao lado do vizinho que passa e nos faz companhia junto de um braseiro que transborda carnes bem temperadas e sardinhas gordas que ora se oferece este ora se oferece aquele para pagar, dos dias frios em que estamos em casas modestas atulhados em mantas com quem mais gostamos, das noites quentes que festejamos até mais tarde e ninguém faz caso, dos dias de verão com centenas de praias e pinhais à porta que são tão simpáticos que não nos cobram nada, das serras que seguem o mesmo exemplo. Podia dizer milhares de coisas, tão modestas, mas tão ricas. As coisas mais simples são as que sabem melhor e as que realmente têm valor, o dinheiro pode facilitar muita coisa na nossa vida, mas não nos facilita a felicidade e quem disser o contrário, precisa de abrir os olhos e ver o que perde todos os dias em seu redor, a riqueza não substitui isso.



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