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" O sufocar das saudades "

 São nos dias da angustia imensa, da saudade profunda, que o momento vivo se torna morto, dias de vulto à tua alma, dias marcados, somente como sufocantes. 
 Entregas-te ao meditar e momentaneamente, entras num trance profundo. Passam pela tua mente, centenas de imagens, dos desejos mais aguardados, imagens daqueles que com tanto afinco, ainda mantens o entrelaçar do amar, dos nostálgicos momentos, que tu sabes, que nunca mais conseguirás alcançar. 
 A tua alma flutua até ao céu, o teu corpo agora deitado por debaixo de um salgueiro, coberto das folhas outonais e dos ventos que por entre os seus sopros trazem a força dos que te amam, ilumina-se ofuscando todo o vale, antes coberto, pelos tons azulados e alaranjados de um final de tarde apaixonante, agora apenas luz, luz imensa prateada, penetrando a alma dos que por ali passam. 
 Ouves chorar, rir, gritar, sentes o calor daquilo que julgas ser o sol a saudar a tua cara, és abraçado, agarrado e rapidamente elevado por mãos, de corpos que desconheces totalmente, são pessoas, existem, mas a vista, está tão turva, a luz é tão imensa, que apenas alcanças umas sombras negras. São eles, estão aqui, sentes o perfume, envolves-te nos abraços e reconheces as vozes doces, vieram saudar-te e acolher-te, vieram acalmar-te as saudades, mas como? Por entre as duvidas, correm-te lágrimas pelo rosto, as mesmas, abrem um fosso escuro para ti, és transportado pelo mesmo, e apenas consegues ver, cada vez mais longe, as formas dos braços, a dizerem-te adeus, ouves os risos e percebes, é apenas, um até já. 
 Um sonido ensurdecedor, toda a luz que se apoderara do vale, corre direita ao teu corpo, resguarda-se nele, e tu até agora em trance, acordas, inspiras avassaladamente, abres os olhos, é o salgueiro. Cai o sol no horizonte, caminhas para casa, desperta em ti um sorriso, ao ouvires os risos que trazes dentro do teu coração, daquele sitio especial que te deu de novo, o respirar da vida, do continuar.  

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