Ao sabor dos sonhos contemplo os céus cobertos de tão belas e familiares Adaras, navego a inspiração em mares quase sufocantes, quase dementes, quase e apenas isso, nunca de mais.
Sinto vivificar a cada momento algo que julgava ser fruto da minha imaginação, sinto que existe quando sei que tal é impossível e então num momento de reflexão pergunto-me, quem sou eu para ditar o que existe e o que não existe, posso afinal ser sonho e os meus sonhos realidade, fazer parte de memórias e as que afirmava serem minhas, serem o existente?
Acordo, ou pelo menos tenho a sensação disso, mas as certezas já não fazem parte de mim, porque é que os sonhos não existem e podem ser brilhantes e a dita realidade, tão monótona, tão sem cor, existe?
Olhos abertos doridos pela presença do sol ofuscante, um corpo gasto acompanhado por uma mente tentada a ser brilhante, acorrentados um ao outro, cada um batalhando para o seu lado, pela sua rota, acabam por se apoiar no final quando as forças quase que desaparecem, solto um suspiro e pergunto-me, será o final, assim tão breve?
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